O "urso" já cá está, mas quanto tempo vai ficar nas bolsas?
O Morgan Stanley concluiu que as quedas acentuadas das acções face ao pico, conhecidas como mercado "urso", duram, em média, 190 dias úteis.
Os "ursos" atacaram os mercados. Os receios renovados em torno da China, juntamente com o colapso do petróleo, acentuaram as quedas das bolsas mundiais no início de 2016, levando vários índices a entrar em "mercado urso" - ao registarem uma desvalorização superior a 20% desde o anterior máximo. Uma situação que deverá agravar-se e durar mais alguns meses, mostram os exemplos anteriores.
O Morgan Stanley analisou 43 casos em que as acções entraram em "mercado urso". E concluiu que estes ciclos negativos duraram 190 dias úteis, em média, e as acções registam uma perda de 30%, desde o pico. A cumprir-se, o europeu Stoxx 600, o britânico Footsie, a bolsa chinesa e o índice japonês, que entraram em "mercado urso" este mês, pressionados pelos receios em torno do crescimento da economia mundial, irão continuar a cair e mesmo acentuar a desvalorização.
As perspectivas são especialmente negativas para o japonês Topix, cujos ciclos negativos duram, em média, 568 dias, com quedas de 50%, concluiu a equipa de analistas, liderada por Andrew Sheets, citada pela Bloomberg. Ainda que por menos, as acções norte-americanas também superam a média. Os "ursos" costumam permanecer 272 dias no S&P 500, tendo o ciclo mais longo durado 643 dias, no ano 2000, quando "rebentou" a bolha das tecnológicas. Mas a queda mais acentuada (desde o pico) ocorreu em 2009, quando o S&P desvalorizou 57% (face a uma média de 28%).
Pelo contrário, os mercados emergentes recuperam mais depressa. Uma tendência que não está a ser cumprida este ano no MSCI para os mercados emergentes, pois já passaram 363 dias desde o pico, face à média de 121 dias, nota a Bloomberg. Um sinal de que o "mercado urso" actual pode ser pior. Até porque parte de avaliações mais elevadas, alertam os analistas do Morgan Stanley.
Mas há boas notícias para os investidores. É que, depois dos "ursos", chegam os "touros". O índice MSCI Global, que inclui mercados desenvolvidos e emergentes, costuma registar uma subida de 30% nos 12 meses posteriores às quedas.
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