Medicamento para a Hepatite C chega a Portugal
Depois de uma pessoa ter morrido e de o tema ter marcado a semana com a ida de Paulo Macedo ao Parlamento, o preço do medicamento inovador para os doentes de hepatite C que o Governo negociava há mais de um ano ficou finalmente fechado. Condições do acordo serão divulgadas esta sexta-feira.
Os cerca de 13.500 doentes identificados em Portugal com hepatite C vão passar a poder ser tratados com um medicamento inovador e altamente eficaz comercializado por uma farmacêutica norte-americana, a Gilead. O medicamento, chamado Sofosbuvir, está autorizado para a União Europeia desde o início de 2014, mas, desde então, o Infarmed tem estado em negociações com a farmacêutica com vista a fazer baixar o preço inicialmente pedido por esta e que era de cerca de 42 mil euros por cada tratamento de três meses, sendo que há doentes que podem precisar de seis meses.
O acordo entre o Infarmed e a Gilead foi fechado esta quinta-feira, já ao início da noite, e os seus termos serão divulgados hoje, numa conferência de imprensa marcada para as 11h00. De acordo com a imprensa desta manhã, o plano passa por tratar entre 10 e 12 mil doentes nos próximos três anos. O preço deverá ficar abaixo dos 24 mil euros, o último valor conhecido que esteve sobre a mesa de negociações.
Entretanto, há já um conjunto de 100 medicamentos, que foram cedidos ao país a título gratuito pela farmacêutica no decurso das negociações. Estes medicamentos, disse ontem o Infarmed, foram desbloqueados a 20 de Janeiro e estão já a ser fornecidos aos hospitais, tendo mesmo sido já efectuadas as primeiras entregas.
Recentemente uma mulher de 51 anos morreu sem ter recebido o tratamento inovador, embora aguardasse já há algum tempo pelo mesmo. No último ano 93 pessoas receberam o medicamento no âmbito de autorizações especiais, a pedido dos médicos e depois de receberem o aval da Comissão Nacional do Medicamento e Terapêutica, que funciona junto do Infarmed. Os procedimentos para a autorização especial demoram em média 20 dias e o ministro da Saúde já se comprometeu a verificar de que forma os procedimentos poderão ser acelerados.
Também os requisitos para que a pessoa tenha acesso ao medicamento deverão ser revistos, para que mais doentes possam ser tratados com ele, uma vez que, até agora, as autorizações especiais foram dadas apenas a gasos mais graves.
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