Eurogrupo: Proposta grega é “um passo na direcção certa” para acordo esta semana
Como antecipado a reunião do Eurogrupo realizada esta segunda-feira, 22 de Junho, terminou sem um acordo final sobre a Grécia. No entanto, o presidente da instituição, o holandês, Jeroen Dijsselbloem, considerou que a proposta grega apresentada é "um passo na direcção correcta".
Contundo, o político holandês explicou que não há ainda um acordo final com a Grécia também devido ao "pouco tempo para olhar para as propostas" recebidas esta manhã. Agora é tempo de estas propostas serem trabalhadas e "analisada detalhadamente" ao nível técnico, disse Jeroen Dijsselbloem.
As perspectivas positivas foram reiteradas por Pierre Moscovici, comissário europeu para os Assuntos Económicos, que na conferência de imprensa que se seguiu ao final do Eurogrupo classificou a proposta grega como uma "boa base de trabalho". "Esse trabalho pode começar agora", completou Dijsselbloem.
Moscovici revelou que as "instituições vão começar a trabalhar imediatamente", enquanto Dijsselbloem acrescentou que o objectivo é o de "atingir um acordo no final desta semana", antecipando ainda que "se necessário, o Eurogrupo realizará outra reunião no final da semana para tentar chegar a [esse] acordo final".
O líder do Eurogrupo notou, porém, que ainda "é preciso ver se [as propostas gregas] são abrangentes o suficiente", confidenciando de seguida que "em termos gerais, as instituições consideram que são uma boa base para retomar o trabalho tendo em vista um acordo".
Já depois de confirmar que as instituições credoras acabaram por receber duas versões do governo grego, uma este domingo à noite e outra já ao início da manhã de hoje, Dijsselbloem disse que "poderá haver algumas diferenças, mas julgo serem muito parecidas".
Quanto à cimeira de líderes que terá lugar ao final da tarde desta segunda-feira, no Luxemburgo, e apesar de um acordo final estar pendente da análise e posteriores negociações ao nível técnico, Jeroen Dijsselbloem e Pierre Moscovici não consideram que aquele encontro esteja esvaziado de significado.
"Os líderes [europeus] são sempre livres de ter uma opinião diferente", começou por dizer, explicando de seguida que o próprio encontro dos ministros das Finanças decorreu precisamente por "haver uma cimeira de líderes, e por haver essa cimeira há uma reunião do Eurogrupo para a preparar". Já Moscovici lembrou que a "base política [de um eventual acordo] será discutida esta noite".
Contrariamente ao previsto e ao número de púlpitos presentes na sala, a directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) e o presidente do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), Klaus Regling, acabaram por não surgir na conferência de imprensa.
Para a próxima quinta-feira, 25 de Junho, está previsto um encontro ordinário dos líderes europeus que, como habitualmente e de acordo com a própria explicação atrás referida por Dijsselbloem, será antecedido pela realização de uma reunião preparatória do Eurogrupo.
Assim, a expectativa generalizada ao longo da manhã de hoje, e reforçada nas declarações de Dijsselbloem e Moscovici, é a de que na próxima quinta-feira as instituições credoras possam finalmente chegar a um acordo com a Grécia que permita às autoridades helénicas cumprir o pagamento de quase 1,6 mil milhões de euros ao FMI agendado para 30 de Junho.
Assumindo a falta de tempo realçada por Dijsselbloem, que não permitiria validar atempadamente a última avaliação periódica ao cumprimento do memorando grego em curso até ao final deste mês, e assim libertar a última tranche de 7,2 mil milhões de euros prevista no programa helénico, ganha força a possibilidade de haver um prolongamento até ao final deste ano do actual programa.
Ou seja, as dificuldades técnicas em torno de um acordo que viabilizasse um novo programa para a Grécia, que exigiria, de entre outros, a aprovação do parlamento alemão, deverão levar ao prolongamento do actual programa mediante um conjunto de reformas que Atenas terá de implementar para assim assegurar o financiamento necessário ao pagamento das obrigações detidas pelo FMI e pelo Banco Central Europeu (BCE).
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