Cão do barrocal algarvio quer ser reconhecido como raça portuguesa
Há pouco mais de 10 anos existiam pouco mais de 20 exemplares do cão do barrocal algarvio, espécie que correu sérios riscos de extinção. Agora, existem cerca de 1500 e a raça está próximo de ser reconhecida como raça portuguesa.
Nesse sentido, este sábado, em Faro, realizou-se o primeiro concurso oficial, que contou com a colaboração do Clube Português de Canicultura (CPC).
«Estava em vias de desaparecer e tentámos recuperá-lo e corrigir alguns cruzamentos», lembra José Afonso, vice-presidente da Associação dos Criadores do Cão do Barrocal Algarvio, que, com Rogério Teixeira, o presidente, dinamizaram a associação:
«Há cerca de 15 anos investigámos o cão e com alguns criadores decidimos avançar.»
«No início houve quem colocasse algumas reticências, mas continuamos a fazer o nosso trabalho, porque o cão era diferente de todos os outros», complementa Rogério Teixeira.
«Fizemos um reconhecimento pela região, e comprámos exemplares, começando a criação. Chegámos depois ao CPC, que nos apoiou, nomeadamente com a oferta de chips. Já está reconhecido provisoriamente como cão de raça portuguesa, esperamos que o seja em definitivo, em 2016», acrescentou.
Carla Molinari, presidente do Clube Português de Canicultura, apoia:
«Temos observado esta raça nos últimos anos e tem um núcleo de cães bastante definido. Embora ainda não esteja oficializado, já elaboramos o estalão da raça, e estamos aqui para vermos a homogeneidade do núcleo.»
Em fisionomia, o cão do barrocal algarvio é parecido com o podengo, mas é bastante diferente no comportamento.
«Há quem o confunda, mas não têm o mesmo ADN. A maneira de caçar é diferente», vincou José Afonso.
Para acabar com as dúvidas que a dispersão dos nomes com que a raça é conhecida podia gerar, é que se deu a união em torno do cão do barrocal.
Fotos de Carlos Vidigal Jr./ASF
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