Belmiro em entrevista à Visão: "Cavaco é um ditador" e "Alegre devia ter juízo"
Belmiro de Azevedo faz declarações corrosivas numa entrevista à Visão, que será publicada amanhã. Cavaco Silva, Governo, Oposição, associações empresariais, ninguém escapa. “Cavaco é um ditador”, “o primeiro-ministro telefona ou manda telefonar com muita frequência” e “Alegre devia ter juízo” são algumas das declarações do empresário.
Amanhã, a Visão vai publicar uma entrevista com Belmiro de Azevedo, onde o empresário diz que “a Sonae é incorruptível”, que de deve acabar com “o devaneio das grandes obras” e que se criou um sistema “em que o povo vota pelas festas, frigoríficos e passeios”.
Mas estas não são as declarações mais acutilantes. Belmiro considera que “Cavaco é um ditador. Mandou quatro amigos meus, dos melhores ministros, para a rua, assim de mão directa” e que Manuel Alegre não deveria candidatar-se à Presidência da República. “O Alegre devia ter juízo (...) No final do mandato já terá 80 anos, não é muito sensato.”
No que respeita à governação, o empresário rejeita um sistema governado por um bloco central, “senão vira ditadura a dois, compadrio. Neste momento, e quase direi por felicidade, não há um Governo de maioria.”
E no Governo tem “dificuldade em saber os nomes de metade dos que estão lá”. Belmiro adianta que “muitas vezes as promessas são feitas sem o Teixeira dos Santos assinar por baixo” e no que toca a pressões diz que “o primeiro-ministro telefona ou manda telefonar com muita frequência”.
Ainda assim “do ponto de vista político, o sistema espanhol é pior do que o nosso”
Mas a oposição não escapa. Sobre Manuela Ferreira Leite, Belmiro considera que a líder do PSD “teve muitos anos de trabalho, mas no Estado. Nunca dormiu mal por ter a responsabilidade de saber como pagar salários”.
Quanto às associações patronais, o empresário diz que “não há nenhum empresário sério que se reveja” nestas.
Belmiro admite que os “salários são baixos” mas é “o pessoal do meio que ganha de mais. Têm de ser aumentados o último piso e o rés-do-chão”.
O dono do jornal “Público” considera que o ex-director do jornal, José Manuel Fernandes, “era acusado - e bem acusado - de não criar climas de consenso no jornal”.
Fonte: Jornal de Negócios