Assembleia Municipal contra a co-incineração de resíduos perigosos na cimenteira

A Assembleia Municipal de Coimbra voltou esta terça-feira a pronunciar-se contra a co-incineração de resíduos perigosos na cimenteira de Souselas, defendendo que o Parlamento deve suspender o processo, refere a Lusa.

Por maioria, a assembleia municipal reiterou, ao início da noite, uma posição idêntica às que foram assumidas pelo órgão em anteriores mandatos, ao aprovar duas propostas, do PSD e da CDU, que rejeitam a queima de resíduos industriais perigosos (RIP) na fábrica de cimento do concelho.

Quarenta deputados municipais de diferentes partidos aprovaram o documento apresentado pelo social-democrata Maló Abreu, líder da bancada da maioria (coligação PSD-CDS-PPM), que remete para uma intervenção do Parlamento.

Assim, com um voto contra e 12 abstenções do PS, a assembleia de Coimbra decidiu «envidar todos os esforços para que a Assembleia da República suspenda o processo de co-incineração».

Essa suspensão, segundo a deliberação, deverá vigorar, pelo menos, «até que seja quantificado o volume de RIP a tratar nesta instalação e garantida a criação de organismo independente que inclua a Universidade de Coimbra como entidade responsável pela medição das emissões para a envolvente da unidade industrial».

De acordo com o texto apresentado por Maló de Abreu, intitulado «Declaração de Coimbra», a assembleia municipal inicia hoje «um processo para que esta declaração se torne realidade» e preconiza «uma estratégia integrada que pressupõe que o tratamento» dos RIP seja realizado sempre que possível nos centros integrados de recuperação, valorização e eliminação de resíduos perigosos (CIRVER).

Deverá ficar «garantido que apenas o que não tiver tratamento neste âmbito será eliminado eventualmente através do processo de co-incineração».
 

Fonte: TVI 24