Trinta e cinco migrantes nigerinos morrem de sede no deserto
Pelo menos 35 migrantes nigerinos, na maioria mulheres e crianças com menos de 10 anos, morreram de sede ou desidratados no deserto do Níger, depois de o veículo onde seguiam ter avariado, disseram à agência AFP as autoridades locais.
Até agora foram apenas recuperados os corpos de cinco pessoas - duas mulheres e três adolescentes.
Segundo um polícia, 19 sobreviventes foram encaminhados para Arlit, no norte, depois de terem sido encontrados num estado lastimável, completamente exaustos e à beira da morte.
O episódio aconteceu há duas semanas mas só agora chegou ao conhecimento das autoridades. As vítimas foram abandonadas pelos passadores que integram as redes de tráfico humano, quando o camião onde seguiam avariou em pleno deserto.
Quando isso aconteceu, os que viajavam no outro camião foram obrigados s abandoná-lo para permitir que este fosse à procura de peças mecânicas que resolvessem a avaria e permitissem retomar a migração.
Deixados à sua sorte no deserto e perante a falta de água, os migrantes ("famílias inteiras, com muitas mulheres e crianças", segundo o relato de Azaoua Mamane, responsável pela ONG Synergie) optaram por dividir-se em pequenos grupos em busca de eventuais oásis, segundo revelou Rhissa Feltou, o maire de Agadez, a grande cidade do nordeste do Níger.
Ao cabo de cinco dias de marcha, cinco dessas pessoas conseguiram atingir Arlit (localidade mineira situada a Norte do país) e relatar a situação, que permitiu o resgate de outros 14 sobreviventes.
O grupo de migrantes que tentavam atingir a costa da Argélia e daí partir rumo ao continente europeu (Lampedusa e outras ilhas), ou então entregar-se à mendicidade em Agadez, 0integrava entre 78 e 82 pessoas, consoante diversos relatos.
O Níger é um dos países mais pobres de África, que se confronta com recorrente falta de alimentos. Daí a tentação de milhares de cidadãos pela emigração.
O gabinete de coordenação dos Assuntos Humanitários do Níger estima que pelo menos 30 mil pessoas tenham emigrado ilegalmente, via Agadez, entre março e agosto último.
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