Soares: «Estou desiludido com Seguro»
Histórico socialista não gostou da reação do líder do partido às negociações sobre um compromisso de salvação nacional
Soares não ficou nada contente com a atitude de António José Seguro nas negociações sugeridas pelo Presidente da República para um compromisso de salvação nacional. O histórico socialista admite, em entrevista ao jornal «i» estar desiludido com o líder do PS.
«Honro-me de, com Manuel Alegre, termos evitado que alguns membros significativos do PS se demitissem nos dias anteriores a Seguro dizer que não havia acordo. Por mim, nunca acreditei que aquelas conversações fossem feitas sem que houvesse uma cisão grave no PS. Seguro mandou-me um recado por Almeida Santos a dizer que estava muito magoado comigo. Ora eu também estou com ele, principalmente depois da entrevista que deu à inteligente entrevistadora da SIC, Ana Lourenço, em que só falou uma vez e de passagem do PS, como se fosse o seu dono. Ora não é. É apenas o seu líder, eleito por esmagadora maioria, pelo congresso, a que assisti, é verdade. Mas isso não lhe dá o direito a falar sempre na primeira pessoa. Pelo contrário», começou por dizer, indo mais longe:
«Não posso negar que me desiludiu, principalmente com a maneira como ele me mandou dizer, por Almeida Santos, que estava magoado comigo por ter salvo alguns dos melhores militantes do PS. Tanto Manuel Alegre como eu evitámos que eles se demitissem antes de Seguro se pronunciar. Mas confesso-lhe que fiquei desiludido com o discurso brando com que anunciou o desacordo e deixou algumas portas abertas para uma nova discussão».
Sobre o Governo, considera que Passos Coelho deu um presente envenenado a Paulo Portas: «Do meu ponto de vista é um governo moribundo que continua com a mesma política de austeridade. A promoção do vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, que Cavaco Silva teve de engolir depois de ter dito publicamente o contrário, como o país todo sabe, não augura nada de bom. Nem julgo que seja a pessoa indicada para discutir com a troika. Realmente acho que o lugar de vice-primeiro-ministro para Paulo Portas é um presente envenenado, como ele perceberá, passada a euforia e a vaidade do momento.».
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