«Devíamos investigar as substâncias que tomámos durante aquele tempo. (...) Precisamos de perceber se certos suplementos nos causaram dano ao longo ao longo do tempo. Também estou assustado, está a acontecer a muitos jogadores.»
As declarações de Dino Baggio, um dos mais consagrados futebolistas italianos da década de 90, à TV7 fizeram correr muita tinta. Primeiro, pelo aparente uso errado de uma expressão, entretanto esclarecida pelo próprio. É que nessa mesma entrevista o ex-jogador de Juventus, Parma e Lazio afirmou que «sempre» tinha havido doping quando, afinal, queria dizer outra coisa: «Peço desculpa a todos. Eu queria dizer anti-doping e não doping. Na verdade, acrescentei que nunca tomámos substâncias proibidas porque não era possível: havia controlos. Foi um erro, força do hábito. Nós, futebolistas, quando éramos testados, dizíamos: 'Vou outra vez ao doping...'. E acabei por dizer isso», esclareceu já nesta quarta-feira em declarações à Gazzetta dello Sport.
No entanto, as declarações sobre determinadas substâncias foram mantidas pelo ex-futebolista, que reiterou que a composição de certos suplementos autorizados na década de 90, e tomados pelos jogadores para melhorarem o rendimento em campo, deviam ser investigados para se perceber se poderia haver alguma associação a doenças como aquelas que vitimaram recentemente Sinisa Mihajlovic (leucemia) e Gianluca Vialli (cancro do pâncreas), contemporâneos de Dino Baggio.
«Estamos a falar de suplementos normais e alguns deles ainda são vendidos hoje em dia nas farmácias. Substâncias que ajudam na recuperação física após o esforço. Por outro lado, nós não aguentaríamos sem isso: fazíamos 60-70 jogos por ano entre Liga, várias taças e seleção nacional. (...) Mas gostava de saber se esses suplementos podem causar sequelas. Uma pessoa normal toma um ou dois por semana, mas nós tomávamos uma quantidade considerável todos os dias. Há uma diferença. A minha intenção não é causar controvérsia, mas ter conhecimento», disse.
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