BCP apresenta lucros de 240,7 milhões no primeiro semestre
O Banco Comercial Português apresentou um lucro de 240,7 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano, o que supera os 150 milhões de euros esperados pelos analistas compilados pela Reuters.
O banco liderado por Nuno Amado conseguiu voltar aos lucros, tanto na actividade nacional como na internacional, depois do prejuízo de 60,2 milhões reportados no primeiro semestre de 2014.
A margem financeira (que serve de base dos resultados do banco, representando a diferença entre os juros pagos e os juros recebidos) subiu 26,6% para os 628 milhões de euros, de acordo com o comunicado emitido através do site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e apresentado na conferência de apresentação de resultados do banco.
Mas os resultados extraordinários também ajudaram à evolução dos resultados do BCP, nomeadamente os "ganhos em operações financeiras relacionados com a alienação de títulos de dívida pública portuguesa", como era já antecipado pelos analistas. Os resultados de operações financeiras obtidos alcançaram os 508,3 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano, que comparam com os 175,2 milhões do período homólogo.
O produto bancário (que soma comissões, margem financeira, ganhos em operações financeiras, entre outros) atingiu os 1.471,3 milhões de euros, mais 35,2% que em igual período do ano passado.
Os custos operacionais desceram 3,7% para 555,2 milhões de euros até Junho. Os custos "continuam a ser ajustados, como têm de ser", comentou Nuno Amado na conferência de apresentação de resultados.
A impedir que a subida dos lucros fosse mais expressiva esteve o dinheiro colocado de lado para cobrir eventuais perdas com empréstimos concedidos. As imparidades para crédito somaram 27,8% para 475 milhões. Amado admitiu que gostaria de ter um valor mais baixo.
A instituição financeira melhorou os rácios de capital, com o rácio common equity tier 1 phased in (de aplicação transitória) de 13,1% no final de Junho face aos 12,5% apresentados um ano antes.
"Os indicadores de capital [foram] impulsionados pelo efeito da melhoria da rendibilidade recorrente, da venda de 15,4% do Bank Millennium (Polónia) e do impacto da operação pública de troca concluída em 11 de Junho de 2015", indica o comunicado do banco.
Mais depósitos, menos crédito
Os depósitos de clientes do BCP aumentaram 4,4% nos primeiros seis meses do ano, totalizando 50,6 mil milhões de euros. Por sua vez, o crédito deslizou 2,8% para 57,1 mil milhões de euros, com o contributo negativo dos empréstimos destinados às empresas e a subida dos créditos a particulares (ainda que registando uma diminuição nos créditos à habitação).
Em termos de qualidade do crédito, o rácio de crédito em incumprimento representava, no final de Junho, 9,7% do crédito total concedido, mais grave do que os 9,4% registados em Junho de 2014.
No primeiro semestre do ano, o BCP encerrou 49 balcões em território nacional, uma quebra homóloga de 6,6%, totalizando 691 sucursais. A queda do número de funcionários em Portugal foi mais intensa, de 9%, para 7.599 trabalhadores no final de Junho.
Para Nuno Amado, este "não foi um semestre fácil". Os últimos seis meses também não antecipam um bom período: "Vai ser um segundo semestre também difícil". Ainda assim, "o BCP, trimestre a trimestre, está a fazer o caminho que tem de fazer, da solidez, do equilíbrio e da sustentabilidade", adiantou o CEO do banco.
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