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Eles são os maiores mamíferos terrestres que existem no nosso planeta, chegando a pesar sete toneladas. Não é à toa que são lembrados sempre que alguém quer enfatizar que algo é grande. Mas não é (só) por isso que, quando queremos dizer que uma pessoa não se esquece de nada, usamos a expressão "memória de elefante".
Esses enormes animais são gregários e cada grupo de até cerca de 100 indivíduos é liderado por uma fêmea mais velha, a "matriarca". Elas são duronas e chegam a expulsar os jovens machos que atingem a maioridade sexual e deixam de respeitar a hierarquia.
Sem ajuda do "macho-alfa", a matriarca tem de arcar com muitas responsabilidades: "A fêmea que lidera o grupo tem como uma de suas obrigações memorizar os locais onde existe água nos tempos de seca e alimento, para garantir o bem-estar do grupo", conta a bióloga Flávia Taconi, da Fundação Parque Zoológico de São Paulo. É daí, segundo ela, que nasceu a expressão famosa sobre a memória desses animais.
Estudos sugerem que essa e outras informações são passadas para os outros membros do grupo por meio de infrassom, ou seja, ondas sonoras com frequência inferior a 20 hertz e, portanto, inaudíveis para os seres humanos.
"Essa habilidade de memorização espacial foi moldada ao longo do tempo pelas experiências de vida dos indivíduos, adaptando-se às condições ambientais para sobrevivência e perpetuação da espécie", continua a bióloga.
"Os elefantes acumulam e retêm o conhecimento social e ecológico , e eles se lembram por décadas dos aromas e das vozes de indivíduos de outras rotas migratórias, de lugares especiais e de habilidades apreendidas", ensina um artigo enviado a pedido do UOL por Petter Granli, da ONG ElephantVoices, voltada para a conservação desses animais.
O texto cita o exemplo de uma integrante da ONG chamada Joyce Poole, que, em meados de 1980, estabeleceu uma relação de "amizade" com um jovem elefante macho chamado Vladimir. Ao estacionar o carro, ele vinha até a janela do veículo e permitia que ela tocasse seu tronco e suas presas. Eles fizeram isso diversas vezes ao longo de cinco anos. Por uma série de razões, ambos ficaram sem se encontrar por 12 anos. Depois desse período, Poole reencontrou o animal, mas ficou na dúvida se aquele macho envelhecido era mesmo Vladimir. Já o elefante não teve dúvidas de que se tratava da "amiga": foi logo até o carro e se esfregou para que ela abrisse a janela e lhe tocasse.
Inteligência
Se a boa memória é algo que as pessoas comumente associam aos elefantes, quem entende desses animais não hesita, também, em destacar sua inteligência. A ElephantVoices reitera que esses mamíferos são capazes de usar e até de fabricar ferramentas - usando as protuberâncias na ponta da tromba de forma parecida com a que os primatas usam o polegar e os dedos para manipular objetos.