A exposição «Acordem as guitarras», patente no Museu do Fado, em Lisboa, é um dos tópicos culturais recomendados pela agência noticiosa francesa France Presse, no mês de Maio.
A exposição no museu lisboeta surge ao lado do 66.º Festival de Cinema de Cannes, do Festival Eurovisão da Canção, em Malmo, na Suécia, ao qual Portugal este ano não concorre, e ainda do museu dedicado ao grupo ABBA, na capital sueca, assim como de outros diferentes eventos em treze países.
Outros destaques da France Presse são uma visita o túmulo do Príncipe Ishoj, na Dinamarca, que remonta à Idade do Ferro (250-400 antes de Cristo), as celebrações dos 200 anos de nascimento do compositor alemão Richard Wagner, na sua cidade natal, Leipzig, e a reabertura, na quarta-feira, do renovado Museu van Gogh, em Amesterdão.
A exposição «Acordem as guitarras», patente até 2 de Junho, apresenta a interpretação plástica da guitarra portuguesa por 16 artistas contemporâneos, entre os quais Siza Vieira e Nini Andrade Silva.
O título da mostra é inspirado num fado homónimo de Fernando Farinha e, segundo comunicado do Museu, «a partir da colecção Tudo isto é..., conceptualizada pela Malabar», um estúdio de design contemporâneo, foram «desafiados 16 consagrados artistas portugueses a expressarem-se numa tela diferente, que é uma guitarra portuguesa».
Segundo alguns estudiosos, este cordofone tem origem directa no cistre inglês, que entrou em Portugal pela barra do Douro, em finais do século XVIII. Em 1796, o mestre de capela António da Silva Leite escreveu o «Estudo de guitarra em que se expõe o meio mais fácil para apreender a tocar este instrumento».
A guitarra portuguesa, actualmente, tem 12 cordas de aço, distribuídas por seis ordens, e é afinada do tom agudo para o grave - Lá, Sol, Ré, Lá, Sol, Dó -, mas pode ter outras afinações.
João Maria dos Anjos, que foi professor do rei D. Carlos e escreveu um livro de aprendizagem para tocar o instrumento, propôs a afinação «Si, Sol, Mi, Si, Sol, Mi».
A proposta para esta exposição, explica o Museu, foi «reinventar» um instrumento com mais de 200 anos, desafio aceite por Ana Vidigal, Catarina Pestana, Eugénio Campos, Fabrizio Matos, Isaque Pinheiro, João Leonardo, João Vale, José Cardoso, Manuel Vieira, Marco Sousa, Miguel Januário, Sara Maia, Sofia Leitão e Alexandre Farto «aka» Vhils, além de Siza Vieira e de Nini Andrade Silva.
O Museu do Fado, localizado no bairro de Alfama, em Lisboa, abriu ao público em 1998 e reúne um vasto conjunto de colecções relacionadas com o fado e a prática fadista, desde registos audiovisuais a guitarras portuguesas e violas, partituras e letras fadistas, capas de discos, que remontam aos primeiros a 78 rotações, seguindo até aos vinis, aos quais se junta uma colecção de arte, na qual se destaca o óleo «O Fado», de José Malhoa.
Durante o mês de maio, aos sábados e domingos, em duas sessões, o Museu apresenta a peça «Teatro Severo», de Sofia Portugal, um programa para famílias, em que se recria taberna lisboeta do século XIX, época em que o fado apareceu e se tornou célebre a fadista Maria Severa. A peça é interpretada por Ana Clóe, Rui Melo, Rui Rebelo e Sofia de Portugal.
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