Perspectiva para o “rating” da dívida dos restantes bancos portugueses - BCP, BES e BPI - permaneceu negativa, não acompanhando a melhoria efectuada à dívida soberana.
O Standard & Poor’s melhorou hoje o “outlook” do “rating” da Caixa Geral de Depósitos e do Santander Totta, replicando o movimento efectuado para a dívida soberana na semana passada. A perspectiva para a dívida destes dois bancos passou de negativa para estável.
O BES, Banco BPI e o BCP continuam a ter um “outlook” negativo, indicando que a agência de notação financeira está mais propensa a cortar o “rating” do que a subir.
Estas alterações nos ratings dos bancos, bem como de empresas públicas, são normais quando a as agências alteram a notação dos países. Foi o que aconteceu na semana passada, quando a S&P melhorou o “outlook” do rating de Portugal, actualmente em BB, de negativo para estável.
Contudo, decidiu replicar este movimento apenas para dois bancos portugueses. O rating do Santander Totta foi reafirmado em BB, com “outlook” estável, e o da Caixa Geral de Depósitos em BB-, agora também com “outlook” estável.
O BES e o BPI continuam com um rating de BB- e um “outlook” negativo (tal como a CGD um nível abaixo da dívida soberana), enquanto o BCP permanece com um rating de B+ (dois níveis abaixo de Portugal), com um “outlook” negativo.
A S&P justifica a melhoria na CGD e no Santander Totta devido à perspectiva de apoio dos seus accionistas caso seja necessário. “Acreditamos que tal mitiga largamente o efeito das fracas condições económicas no perfil de crédito dos bancos”, refere o relatório da agência. A CGD é detida a 100% pelo Estado português e o Santander Totta detido integralmente pelo Santander.
Economia fraca penaliza bancos
A decisão de manter o “outlook” dos restantes bancos é justificada com a “pressão que persiste no perfil de crédito das instituições, devido ao ainda difícil ambiente macro-económico que perspectivamos para Portugal”.
Tal como tinha já revelado no relatório em que melhorou o “outlook” de Portugal, a S&P antecipa uma contracção de 1,5% este ano na economia portuguesa, antecipando apenas crescimentos modestos em 2014 e 2015.
O BCP tem um “rating” inferior aos restantes bancos, pois “é particularmente vulnerável ao fraco ambiente económico e enfrenta desafios estratégicos mais elevados, quer em Portugal quer na Grécia”, salienta a S&P.
Apesar de ter mantido os “outlooks” dos três bancos, a S&P refere que pode melhorá-los se percepcionar um “abatimento nos riscos no ambiente operacional do sector, que resulte numa estabilização do perfil de crédito dos bancos”. Para o BPI e o BCP, que receberam injecção de capital público, a agência terá ainda que confirmar que os processos de reestruturação destes bancos não estão a afectar a sua actividade.
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