Se a petrolífera espanhola vender os 30% que detém na Gas Natural, poderá ir às compras. E a Galp está no cabaz das potenciais visadas, diz o "Cinco Días".
A posição enfraquecida da espanhola Repsol, depois de o governo argentino lhe ter expropriado 51% dos 57,4% que detém na YPF, coloca em perigo a Gas Natural, uma filial cujo controlo é partilhado com o La Caixa, sublinha hoje o “Cinco Días”.
Assim, de acordo com o trabalho do mesmo jornal, o La Caixa, que é o principal accionista da Repsol (com 13%), vê-se perante duas possibilidades para evitar incursões hostis sobre qualquer uma das duas empresas de energia: uma fusão por absorção da Gas Natural pela Repsol, ou a venda dos 30,01% que a petrolífera detém na gasífera.
“Neste último caso, a ideia é que, com os fundos obtidos, a petrolífera a que preside Antonio Brufau possa comprar uma petrolífera de média dimensão (quem sabe, a portuguesa Galp), o que compensaria parte do que perdeu com a expropriação no Cone Sul”, salienta o “Cinco Días”.
No caso de se optar pela fusão das duas empresas, o que as protegeria de incursões hostis, haveria uma perda de valor para a Gas Natural e exigiria uma OPA, explica o mesmo jornal.
A actual capitalização bolsista da Repsol é de 17,92 mil milhões de euros e o valor de mercado da Gas Natural é de 10,77 mil milhões, segundo os dados da Bloomberg. No acumulado do ano, a Repsol cai 38% (perdeu bastante terreno quando a Argentina anunciou, a 16 de Abril a expropriação da YPF) e a Gas Natural perde 18%.
No caso de se optar pela venda das acções que a Repsol detém na Gas Natural, o “Cinco Días” diz que o La Caixa se libertaria de um possível parceiro não desejado na gasífera. Os dois accionistas controlam 65,3% do capital da Gas Natural.
Seja qual for a solução adoptada, a maioria dos analistas e comentadores inquiridos pelo jornal espanhol considera que deve ser levada à assembleia de accionistas da Repsol, convocada para 31 de Maio.
A estrutura accionista da Galp Energia está a passar por transformações, depois da italiana Eni ter decidido vender os 33,33% que detinha na Galp, sendo que a Amorim Energia vai comprar nas próximas semanas 5% dessa posição, a 14,25 euros por acção. Numa segunda fase, a Amorim Energia poderá adquirir mais 5% e terá ainda o direito de primeira oferta sobre mais 5,34%.
Quanto aos restantes 18% com que a Eni ficará, está definido que a posição pode ser vendida pela companhia italiana através de uma OPV ou através de uma colocação privada junto de investidores institucionais.
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