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Falta de consideração pelas necessidades dos diferentes animais, veterinários com pouca experiência e controlo deficiente da actividade são alguns dos problemas identificados nos zoos de 20 países europeus, incluindo Portugal, por uma organização não governamental.
A Born Free, que defende a melhoria das vidas dos animais que vivem em cativeiro na Europa, afirma ter completado «a mais extensiva investigação» a um total de 200 jardins zoológicos de países membros da União Europeia (UE).
A investigação concluiu que nenhum cumpre todas as obrigações legais impostas pela directiva europeia que regula esta actividade.
«A conclusão geral é que os animais ainda estão a ser mantidos em condições abaixo do esperado e que não correspondem às suas necessidades básicas e específicas», exemplificou Daniel Turner, responsável pelo projecto.
Lembrou que animais como os elefantes ou os macacos têm características diferentes, mas que isso nem sempre é tido em conta na forma como são tratados e guardados.
Este responsável da Born Free queixou-se ainda, em declarações à agência Lusa, que «os organismos de controlo responsáveis pela emissão de licenças e pela fiscalização parecem não conhecer as questões e não ter treino para interpretar e aplicar a lei».
Outra insuficiência foi encontrada ao nível dos veterinários, «de quem se espera que identifiquem mau estar dos animais e que trabalhem com os zoos para melhorar as condições e que parecem não ter grande conhecimento ou experiência».
Estes problemas, vincou, são «generalizados» e, embora o relatório sobre os oito zoos portugueses visitados só seja esperado dentro de um mês, «as indicações que tenho é que estes pontos serão também referidos em relação a Portugal».
Até agora estão publicados os relatórios sobre a Bulgária, Chipre, Grécia, Irlanda e Roménia, com cujos governos entretanto a Born Free realizou encontros. A recepção foi positiva, em especial da Bulgária.
«Eles apresentaram um plano de acção de dois anos para tentar resolver os problemas», adiantou o responsável à Lusa por telefone a partir de Bruxelas, onde estes dados foram hoje apresentados.
Para realizar este projecto, a Born Free começou por analisar a legislação de cada país e depois enviou pessoas para observarem as condições dos jardins zoológicos, mas em alguns casos, como Portugal, o relatório foi feito por um investigador local.
Além de zoos, foram incluídos no estudo parques safari, aquários, aviários ou viveiros de animais terrestres.
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