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Nuno Santos, Diogo Costa, Tiago Jacob, Nuno "Manga", Thomas Negrão e João Nuno comentavam com Renato Seabra as conquistas, o basquetebol, a moda, o futuro, tudo! Mas só no dia do crime descobriram quem era "a pessoa influente" que o ajudava e que parecia esconder.
No dia 22 e 23 de Dezembro, Renato Seabra esteve em Cantanhede com Nuno Santos, Tiago Jacob, Diogo Silva e falou com outros amigos ao telefone. Matavam-se saudades, uma vez que estudavam em cidades diferentes, contavam as novidades e até estavam a pensar em fazer a passagem de ano todos juntos em Cantanhede. O manequim avisou logo que não podia. "Disse-nos que ia para Nova Iorque trabalhar e até gozámos com ele porque disse que ia ver um jogo da NBA, estava todo contente", recorda Nuno Santos, estudante em Leiria.
Este aluno não lhe perguntou com quem ia. "Ele também nunca disse", responde Santos. Porém, sabe agora que Renato dificilmente lhe diria uma vez que um outro companheiro de infância, Tiago Jacob, tê-lo-á inquirido sobre quem o acompanhava e a resposta não poderia ser mais lacónica: "O Tiago disse-me que ele apenas respondeu que ia com uma pessoa muito influente, nunca disse o nome". No fatídico sábado, Nuno Santos recorda que foi João, em Erasmus na Suíça, quem o acordou para lhe dar a notícia e, embora já tivessem ouvido falar de Carlos Castro, foram saber mais. "Sabia que era uma pessoa do social, homossexual, mas não sabia que tinham uma relação de amizade." Diogo Costa e Isa, a amiga especial do manequim, já tinham afirmado o mesmo à comunicação social. Por outras palavras, Thomas Negrão, a estudar em Coimbra, reitera a mesma verdade. "Só descobri na manhã do crime que eles se davam. Aliás, nem sequer sabia quem era esse Castro porque não vejo revistas. Nós falávamos de tudo desde pequeninos, mas agora só sabia que a vida na moda estava a correr bem."
O ex-treinador de basquetebol de Renato Seabra, Fernando Guimarães, falou com o manequim na semana antes da viagem trágica a Nova Iorque e repete a mesma informação. "Encontrámo-nos, ele disse-me que ia em trabalho, mas nem comentámos com quem ia", recorda este técnico do Sport Clube Conimbricense. Profundamente abalado, João Nunes, amigo dos tempos de faculdade e de desporto, desfia a mesma história. Mas desta vez volta atrás no tempo. "Estou incrédulo. Quando ele esteve em Londres, eu estava em Erasmus em Glasgow e até sugeri encontrarmo-nos. Ele disse logo que não podia porque estava em trabalho. Não dava..."
Sentiria Renato Seabra constrangimento em falar desta amizade aos amigos? "Não vejo porquê!", exclama Nuno Santos. "Nunca tivemos vergonha de dizer nada uns aos outros, falávamos sobre tudo, até podíamos gozar um bocado, mas eram as nossas brincadeiras", sustenta este aluno. Thomas, amigo de infância, revela a mesma estupefacção: "Qual era o problema em nos dizer? Não faz sentido."
Pois não! E esta bem podia ser a declaração do cunhado do manequim, José Malta, farmacêutico. "Os amigos não sabiam? Estiveram todos juntos antes do Natal... Se calhar, presumiram que fosse com alguém da agência. Se calhar o Carlos Castro dizia que não precisava de falar com ninguém, nem com a Fátima Lopes, e ele não disse nada. Se era vergonha? Não faço ideia se tinha e, se tinha, não percebo."
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