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Planeta Cultural

Acima de tudo, cultura geral

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Louçã culpa bancos nacionais pela subida dos juros da dívida portuguesa

05.11.10, Planeta Cultural

O líder do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, acusou hoje os bancos nacionais de serem os responsáveis pela subida dos juros da dívida pública e de especularem contra o próprio Estado.

 

"A subida dos juros da dívida pública portuguesa é pressionada pelos bancos portugueses, que com isso conseguem uma vantagem cada vez maior", afirmou à Lusa Francisco Louçã, que se deslocou ao Porto para um comício do Bloco de Esquerda, agendado para as 21:30, no Cinema Batalha.

Para o líder bloquista, "o problema é que em Portugal os maiores compradores de títulos da dívida portuguesa são bancos nacionais", assegurando que "houve uma emissão, há pouco tempo, de 750 milhões de euros que foi totalmente comprada por bancos portugueses".

"O Estado nunca nos diz exactamente quem são os compradores em cada uma delas, há um sigilo sobre isso, mas tenho a certeza que os grandes portugueses estão a ser dos maiores compradores da dívida pública", sublinhou.

Acrescentou que são os responsáveis dos principais bancos, como "Ricardo Salgado, Carlos Santos Ferreira e Fernando Ulrich", quem pede "empréstimos de curto prazo ao BCE [Banco Central Europeu], a um por cento" e depois reciclam "esse dinheiro comprando títulos do seu próprio país a quase sete por cento".

Louçã acusa, assim, os bancos nacionais de se financiarem "com o diferencial que neste momento é de quase seis por cento por cada tranche de empréstimo que vai surgindo".

"Estamos a dar-lhes condições para poderem pedir ao BCE um financiamento que o Estado português não pode ter, mas eles podem e têm, e com esse dinheiro especulam contra o seu próprio país", sustentou.

O deputado lembrou ainda que "ao mesmo tempo são os bancos que não aceitam pagar o imposto legal" mas que "têm o apoio do Estado para poder recorrer a empréstimos que usam para especular contra o próprio Estado".

"Estamos a alimentar uma bolha especulativa gigantesca que destrói a economia nacional e a capacidade do Estado de agir", realçou.

Francisco Louçã criticou ainda que o Governo português e a União Europeia aceitem que "os títulos da dívida pública dos Estados europeus sejam avaliados por agências privadas", situação que considera "completamente absurda" e "sem sentido".

"Não tem nenhum sentido que a credibilidade de um Estado seja avaliada por uma empresa privada que faz parte do jogo de mercado e que corresponde a interesses próprios de mercado. Quanto mais atacada for a economia portuguesa, maior é a parte dos impostos que vai para juros maiores", referiu.

 

 


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Juros da dívida portuguesa sofreram maior subida semanal desde Maio

05.11.10, Planeta Cultural

Aprovação do Orçamento não foi suficiente para acalmar os investidores, que continuam a colocar uma forte pressão na dívida pública portuguesa.

 

Os juros da dívida portuguesa a 10 anos terminaram a semana nos 6,49%, um acréscimo de 54 pontos base face ao registado na última sexta-feira, altura que não era ainda certo que o Orçamento do Estado iria ser aprovado.

Esta subida semanal foi a mais acentuada desde a primeira semana de Maio, período em que a “yield” das obrigações do tesouro a 10 anos saltaram114 pontos base para 6,28%.

A semana que hoje terminou fica marcada por um novo recorde nos juros que os investidores exigem para comprar dívida portuguesa, com a “yield” das OT a 10 anos a tocarem ontem nos 6,65%.

Hoje registou-se um alívio, com os juros a recuarem 11 pontos base para 6,49%, mas o preço que os investidores estão está próximo do nível a que Teixeira dos Santos considerou ser provável Portugal ter que recorrer ao fundo de emergência da União Europeia e ao FMI para se financiar.

Se nas últimas semanas os investidores tinham mostrado preocupação sobre a possibilidade de Portugal não ter um orçamento aprovado, o acordo firmado no fim-de-semana entre o Governo e o PSD, bem como a votação favorável na quarta-feira, não foi suficiente para retirar Portugal do radar dos mercados.

A situação da Irlanda - que esta semana apresentou o seu Orçamento – não ajudou, mas foi o facto de poderem ser chamados a pagar a “factura”, se um país recorrer ao fundo de emergência da União Europeia, que mais assustou os investidores.

O Conselho Europeu discutiu na última semana a possibilidade, defendida sobretudo pela Alemanha, de os investidores em obrigações soberanas terem de assumir perdas cada um país recorra ao fundo de emergência europeu.

Esta possibilidade levou os investidores a exigirem um maior prémio de risco para comprarem dívida pública dos países periféricos da Europa, o que penalizou sobretudo os juros da dívida de Portugal e Grécia.

Na Irlanda os juros sofreram uma forte alta nesta semana, atingindo também recordes próximos dos 8% na dívida a dez anos.

O “spread” da dívida portuguesa face às “bunds” – mede o prémio extra que os investidores exigem para comprar OT em detrimento de dívida alemã – situa-se hoje nos 408 pontos base, ainda algo distante do recorde de 440 pontos base fixado no final de Setembro

Na Irlanda a “yield” da dívida a 10 anos desceu hoje para 7,62%, com o “spread” face à dívida alemã a situar-se nos 520 pontos base.

 

 

Fonte: Jornal de Negócios