Condenado pelo Taleban, casal é apedrejado até a morte por adultério no Afeganistão
Militantes talebans no norte do Afeganistão apedrejaram um jovem casal até a morte por cometerem adultério. Segundo um grupo de direitos humanos, foi o primeiro caso de apedrejamento registrado no país desde a queda do regime linha-dura islâmico, em 2001.
O grupo radical islâmico Taleban ordenou a execução, aparentemente, por causa de um caso entre um homem casado com uma mulher solteira no distrito de Dasht-e-Archi, na Província de Kunduz.
A mulher, Sadiqa, tinha 20 anos e era noiva de outro homem, segundo o chefe de polícia local, o general Abdul Raza Yaqoubi. Seu amante, Qayum, 28, deixou a mulher para fugir com Sadiqa, e os dois tinham se escondido na casa de um amigo cinco dias antes, disse o chefe do governo distrital, Mohammad Ayub Aqyar.
O casal foi descoberto por militantes do Taleban neste domingo, e apedrejados até a morte diante de uma multidão de cerca de 150 homens, disse Aqyar. A mulher foi trazida a público e apedrejada primeiro, e o homem cerca de meia hora depois, contou Aqyar.
O chefe do governo distrital condenou a punição, e disse que foi ordenada por dois comandantes locais do Taleban. Um porta-voz do governo da província também condenou o incidente.
"Isso é contra todos os direitos humanos e convenções internacionais", disse o porta-voz Mabubullah Sayedi. "Não houve julgamento. Foi cruel."
Um porta-voz do Taleban não foi encontrado para comentar o caso.
ANISTIA
A Anistia Internacional diz que foi a primeira execução por apedrejamento confirmada no Afeganistão desde a queda do governo Taleban, em 2001, após a invasão liderada pelos EUA.
O grupo chamou o caso de "crime hediondo" que mostra que o Taleban e outros grupos insurgentes "estão se tornando cada vez mais brutais em seus abusos contra os afegãos".
O incidente acontece num momento em que grupos de direitos internacionais questionam as tentativas de negociar com o Taleban em busca da paz no Afeganistão, preocupados que isso possa significar um passo atrás para os direitos humanos no país. Quando os extremistas islâmicos governavam o Afeganistão, as mulheres não podiam sair de casa sem um homem guardião, e eram comuns execuções públicas por violações de sua dura interpretação do Alcorão.
"A Anistia Internacional alertou que o governo afegão não deveria sacrificar os direitos humanos, particularmente os direitos das mulheres e minorias, em nome da reconciliação com o Taleban e outros grupos insurgentes", disse o grupo, sediado em Londres.
A antiga prática de execução por apedrejamento foi abandonada em quase todos os países, com poucas exceções. A prática ainda é usada em nações com o Irã, que a justificam sob a Shariah, ou lei islâmica, apesar de ativistas de direitos humanos dizerem que o Alcorão nunca prescrever especificamente apedrejamento para casos de adultério.
No mês passado, as autoridades religiosas do Irã suspenderam o plano de apedrejar uma mulher condenada por adultério e suspeita de matar o marido. A sentença de Sakineh Mohammadi Ashtiani --que seria o primeiro apedrejamento no Irã desde 2008-- foi suspensa após uma campanha de políticos, grupos de direitos humanos, diplomatas e celebridades em todo o mundo.
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