O primeiro-ministro reafirmou hoje que disse a verdade ao Parlamento quando afirmou não ter sido informado da tentativa de compra da TVI e observou que a comissão de inquérito recolheu “prova abundante” de que nunca mentiu.
“Como é patente, ao fim de semanas de inquirições esta comissão não recolheu um único testemunho conhecedor dos factos, um único documento preparatório do negócio ou qualquer outro elemento de prova que contraditasse aquilo que já afirmei ao Parlamento - pela razão simples de não ser possível provar o que não aconteceu”, afirmou o primeiro ministro, numa declaração inicial que antecede as respostas às 74 perguntas dos deputados.
No documento, que de acordo com o presidente da comissão de inquérito, Mota Amaral, será disponibilizado na Internet, José Sócrates afirma que mantém, “por ser verdade”, tudo o que disse no plenário da Assembleia da República no dia 24 de Junho de 2009.
José Sócrates recordou as suas palavras nesse dia: “O Governo não dá orientações, nem recebeu qualquer tipo de informação, sobre negócios que têm em conta as perspetivas estratégicas da TVI”.
“Para além dos sentimentos, das convicções e das opiniões de uns quantos adversários confessos do Governo, sem nenhum conhecimento dos factos concretos do processo negocial - o que esta comissão recolheu foi prova, e prova abundante, de ser inteiramente verdade o que afirmei no Parlamento”, considerou.
José Sócrates assinalou que “todos os intervenientes relevantes no processo negocial entre a PT e o grupo Prisa vieram confirmar” na comissão “sob juramento” que não tinham prestado ao Governo qualquer informação relativa ao negócio.
Confirmaram também, referiu o primeiro-ministro, que não tinham recebido do Governo qualquer orientação” e que “a autoria da ideia do negócio nasceu no interior da PT”.
O primeiro-ministro criticou os que “no interior da comissão” de inquérito “manifestaram ideias pré-concebidas” “antecipando conclusões antes de qualquer apuramento dos factos”.
“Tão ostensivo é o propósito cego de alguns no sentido de instrumentalizarem este mecanismo parlamentar para atingirem pessoal e politicamente o primeiro ministro e o Governo”, considerou.
A comissão de inquérito à actuação do Governo na tentativa de compra da TVI visa apurar "se o Governo, direta ou indiretamente, interveio na operação conducente à compra da TVI e, se o fez, de que modo e com que objectivos".
A alínea b do documento fixa ainda que o inquérito pretende "apurar se o senhor primeiro-ministro disse a verdade ao Parlamento, na sessão plenária de 24 de Junho de 2009", quando disse não ter sido informado da operação.
A informação/notícia pode ser consultada neste link