Os Trabalhadores Social Democratas (TSD), estrutura sindical do PSD, acusaram hoje o primeiro-ministro e secretário-geral do PS, José Sócrates, de ter mandado "desferir um ataque violentíssimo ao Presidente da República".
Num comunicado intitulado "O Presidente da República tem razão/O PS está autista e provocador", os TSD defendem que Cavaco Silva fez "muito bem" ao afirmar que a sua atenção estava no desemprego, no endividamento e na situação orçamental e económica do país, ao ser questionado sobre o casamento entre homossexuais.
No domingo, o dirigente socialista Sérgio Sousa Pinto reagiu a esta resposta de Cavaco Silva considerando que o Presidente da República "tem a liberdade de ter a sua posição pessoal" sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo, "mas já não terá o direito de se intrometer na agenda dos partidos e, no caso vertente, do PS".
"Os portugueses não escolheram o PS para formar Governo para que a agenda do Governo e do PS fosse determinada pelo senhor Presidente da República", acrescentou Sérgio Sousa Pinto.
Segundo os TSD, que têm Arménio Santos como secretário-geral, "qualquer cidadão comum concordará" com as preocupações que Cavaco Silva expressou, "porque são de facto os grandes problemas com que o país se confronta".
"O engenheiro Sócrates, com total despropósito, mandou um porta-voz de segunda linha desferir um ataque violentíssimo ao Presidente da República", acusa a estrutura sindical do PSD, numa alusão às palavras de Sérgio Sousa Pinto.
Os TSD elogiam o Presidente da República pelo "sentido nacional de dizer publicamente o que pensa" sobre os problemas do país e apontam o combate ao desemprego como prioridade.
"Num momento em que centenas de milhar de famílias vêem os seus sonhos arruinados, com os empregos perdidos e a miséria e com a miséria envergonhada a angustiar-lhe a vida, quais são as prioridades do Governo? Casamento dos gays!", alegam.
"O autismo e o estilo provocatório do Governo revelam que não tem consciência dos verdadeiros dramas de muitos portugueses e que, em vez de governar, prefere criar e alimentar querelas e vitimizar-se para tentar colher vantagens junto da opinião pública. O que significa que é um Governo sem rumo e que não está à altura dos difíceis problemas nacionais", concluem os TSD.
Fonte: Diário de Notícias