Cabo Verde: Praia vai receber comitiva de Bienal a decorrer no Brasil
Várias companhias de dança do Brasil vão deslocar-se a Cabo Verde entre 24 e 28 de Novembro de 2009, no âmbito da VII Bienal Internacional de Dança do Ceará, no Brasil, que promove a vinda dos artistas ao arquipélago.
"O interessante nesse processo é que todas as partes entenderam ser esse um projecto importante a inaugurar uma nova oportunidade de intercâmbio entre países tão próximos, e que apesar do contexto lusófono não tinham um diálogo tão intenso no âmbito cultural", afirmou à agência Lusa o director artístico e curador da Bienal brasileira, Ernesto Gadelha.
No caso de Cabo Verde, acrescentou, "houve uma conjunção de factores que gerou a sinergia necessária para a realização da Bienal de Dança naquele país". O presidente da Indústria da Dança, David Linhares, disse que a Bienal Conexão Cabo Verde é apenas o início. Esperam avançar para os outros países de língua portuguesa, acrescentou o responsável pela proposta, que contou com apoio dos ministérios brasileiros das Relações Exteriores e da Cultura.
O empresário referiu que o projecto Sul-Sul é uma ideia antiga da Bienal, numa tentativa de criar relações entre a América do Sul e a África, "sem a obrigatoriedade de passar pelos países do Norte".
Gadelha acrescentou que "frequentemente as relações com os países africanos têm sido intermediadas pela Europa, mas agora está a ser estabelecido um diálogo directo com os países lusófonos, algo que poderia ter ocorrido há mais tempo".
Realizada nos moldes da edição brasileira, a deslocação a Cabo Verde inclui apresentações de danças, cursos, mesas-redondas, informação em vídeo e vídeo-dança.
"Estamos levando [para Cabo Verde] companhias brasileiras do Ceará, São Paulo e Minas Gerais e, possivelmente, o Ballet de Lorraine, da França", antecipou Linhares, que também é diretor geral e curador da Bienal.
No Ceará, a VII Bienal de Dança decorre desde 12 de Novembro vai prolongar-se até dia 26 do mesmo mês, com actividades na capital, Fortaleza, em Sobral e Juazeiro do Norte, cidades do interior do Estado.
O evento reúne cerca de 200 bailarinos e coreógrafos de 43 companhias de oito países da América do Sul, Europa e África, para apresentações, oficinas e debates, e é apresentado pela estatal petrolífera Petrobras, através da Lei de Incentivo à Cultura do governo federal, com o patrocínio do Banco do Nordeste do Brasil e da Fundação Nacional de Artes.
Fonte: FS, Expresso das Ilhas