O porta-voz da Conferência Episcopal afirmou hoje que a visita do Papa Bento XVI a Portugal, anunciada para Maio de 2010, «vai ser mais breve» do que as do seu antecessor, João Paulo II. O programa será mais curto e a visita terá também uma vertente civil.
«Vai ser uma visita mais breve, mas nem por isso menos significativa», disse o padre Manuel Morujão no final da reunião do Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), que se realizou em Fátima e durante a qual foi aprovada uma nota pastoral sobre a vinda de Bento XVI em Portugal.
«Imagina-se que não vai ser um programa tão largo» como o da primeira e da segunda visita a Portugal de João Paulo II, que «passou por várias dioceses», explicou o porta-voz da CEP.
Manuel Morujão afirmou desconhecer o programa da visita, explicando que ainda virá a Portugal «alguém do Vaticano para dialogar com a Conferência Episcopal e com as autoridades civis» a este propósito.
Mas nos dias 12 e 13 de Maio de 2010, o Papa vai «necessariamente» presidir às cerimónias em Fátima, disse Manuel Morujão, acrescentando que haverá também «uma vertente civil da visita», dado que o Papa é também o chefe de Estado do Vaticano.
No entanto, sublinhou que a vertente fundamental é que o Papa «vem sobretudo como peregrino de Fátima», cujo santuário é «um ponto central para a vida da Igreja» e «não só em Portugal», já que tem «repercussões que ultrapassam as nossas fronteiras».
O porta-voz da CEP referiu que em Novembro, para quando estão agendadas novas reuniões do Conselho Permanente e da Assembleia Plenária dos bispos portugueses, o programa da visita do Papa já deverá ser conhecido.
Segundo a nota pastoral hoje aprovada, o Papa «vem, essencialmente, como peregrino de Fátima, onde encontrará uma expressão viva de todas as Igrejas de Portugal».
«A sua vinda a Fátima coincide com o 10.º aniversário da beatificação dos pastorinhos Francisco e Jacinta e com as comemorações do centenário do nascimento da Jacinta», lê-se no documento.
A visita «projecta-se no horizonte mais amplo das suas peregrinações aos maiores santuários marianos espalhados pelo mundo como grandes centros de evangelização», ainda segundo o mesmo texto.
Na nota pastoral, os bispos realçam ainda que a presença de Bento XVI «quer também encorajar o empenho constante e generoso na obra da evangelização, ajudando a passar de uma religiosidade tradicional a uma fé adulta e pensada, (…) que saiba enfrentar os desafios do secularismo e do relativismo doutrinal e ético, típicos do nosso tempo».
Fonte: Lusa / SOL