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Planeta Cultural

Acima de tudo, cultura geral

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Supositório-bomba é nova arma da Al Qaeda, diz "Figaro"

05.10.09, Planeta Cultural

da BBC Brasil

 

Um documento dos serviços antiterror da França, obtido pelo jornal francês "Le Figaro", revela que a rede Al Qaeda estaria utilizando explosivos introduzidos como supositórios no interior do corpo para cometer atentados suicidas.

 

Segundo informações obtidas pela Direção Central de Informação Doméstica, novo serviço antiterror criado na França, e pela Unidade de Coordenação da Luta Antiterror, a organização extremista já cometeu um atentado desse tipo na Arábia Saudita em agosto passado. Por meio de um telefone celular, Abul Khair, ativista islâmico detido pelas autoridades sauditas, detonou uma explosão diante do príncipe Mohammed bin Nayef, responsável pela luta contra o extremismo no país.

 

O príncipe conseguiu escapar do atentado, reivindicado oficialmente pela rede Al Qaeda. Já o suicida teve o corpo despedaçado em mais de 70 pedaços.

As investigações revelaram que o ativista islâmico não usava explosivos amarrados em um cinto, como ocorre normalmente. Ele carregava a bomba no interior de seu corpo, algo até então inédito, ressaltam os especialistas franceses. "Explosivos ingeridos, ou melhor introduzidos como um supositório, ou seja, não detectáveis", diz a nota oficial francesa enviada ao ministro do Interior, Brice Hortefeux, e revelada pelo jornal "Le Figaro".

 

Segundo os serviços franceses, esse novo modo de operação para cometer atentados representa um desafio para as atuais estruturas de segurança, principalmente no que diz respeito nos controles de embarque em aeroportos.

 

O esquema de segurança nos aeroportos não dispõe de meios de controle generalizado de todos os passageiros para detectar explosivos escondidos dessa forma. "Nossas plataformas aéreas são equipadas com detectores de metais. Mas no caso do kamikaze saudita, somente um exame de raio-X teria permitido detectar o explosivo", diz um policial especializado nesse tipo de operação ao jornal.

 

Impensável

 

O Le Figaro afirma que os conselheiros do ministro francês do Interior dizem ser "impensável" generalizar a utilização de raios-X para permitir o embarque nos aviões. Especialistas da polícia técnica evocam a possibilidade de controlar o sistema de detonação, ou seja, o telefone celular que envia o sinal da explosão por frequência de rádio.

O jornal questiona se passaria a ser necessário "entregar os celulares à tripulação do avião, que os devolveria após o voo".

 

O governo francês quer reforçar o controle de passageiros de companhias aéreas e estuda a possibilidade de obrigar as empresas a fornecer dados mais detalhados já no momento da reserva das passagens de voos com origem fora da Europa. As companhias poderão ter de informar os modos de pagamento, endereço do passageiro e do hotel onde ele se hospedará na França.

 

Esse sistema já é aplicado para passageiros de países como Irã, Paquistão, Síria, Iêmen, Argélia e Mali.

 

Dom Eterovic e o Sínodo dos bispos para a África

05.10.09, Planeta Cultural

“A Igreja na África registrou um grande entusiasmo” nos últimos anos.

“De 1978 a 2007, o número de católicos africanos passou de 55 milhões para cerca de 165 milhões. Também as vocações ao sacerdócio e à vida consagrada tiveram um notável crescimento”. O perfil da Igreja africana, que vive a partir de hoje, até o dia 25 , no Vaticano, a II Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos foi descrito pelo Secretário-Geral do Sínodo, Dom Nikola Eterović, durante um encontro com a imprensa na última semana no Vaticano.

Dom Eterović recordou que “de 1994 a 2008 foram mortos na África, por causa do nome de Jesus Cristo, 521 agentes de pastoral”. Em 2008, disse ainda o Secretário-Geral, “dos 20 agentes pastorais católicos assassinados no mundo, 5 eram africanos: 3 sacerdotes, 1 religioso e 1 voluntário leigo, provenientes respectivamente do Quênia, Guiné-Conacri, Nigéria e República Democrática do Congo”.

O Secretário-Geral do Sínodo sublinhou que “o Evangelho por eles anunciado é o verdadeiro sal da terra, garantia de uma evangelização com profundas raízes. A Boa Nova acompanhada pelo testemunho do seu serviço eclesial torna-se a luz que brilha nas trevas do mundo, muitas vezes densamente concentradas em algumas partes do continente africano”.

Dom Eterović percorreu ainda a história da Igreja Africana: “Em algumas áreas, como por exemplo na atual Angola, a Boa Nova está sendo anunciada há mais de 500 anos”, enquanto, nas regiões do nordeste da África, “desde os tempos dos apóstolos”. Em outras regiões, ao invés, “a luz do Evangelho penetrou com os missionários cerca de 100 anos atrás”. Para o Secretário-Geral do Sínodo, “um dos sinais de fecundidade apostólica são as vocações missionárias africanas”. “São cada vez mais sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos que desenvolvem o serviço pastoral em outras Igrejas particulares na África ou em outros continentes”. Eles, prosseguiu o arcebispo, procuram, entre outras coisas “aliviar as feridas abertas no espírito e no corpo dos seus irmãos diante dos grandes desafios do subdesenvolvimento e, portanto, da fome, das doenças, das violências, inclusive as guerras”

O auspício da Igreja na África, concluiu Dom Eterović, é “retomar, com renovado zelo, a ação de evangelização e de promoção humana no grande continente. Uma Igreja reconciliada no seu interior tornar-se-á anunciadora crível da reconciliação também na sociedade, levando uma insubstituível contribuição à promoção da justiça e à obtenção da paz”.

 

Fonte: CatolicaNet