Galp continua "top pick"
Morgan Stanley revê em alta previsões para preço do petróleo em 2009 e 2010
O Morgan Stanley reviu em alta de 37% e de 18%, respectivamente, as previsões de preços para o West Texas Intermediate (WTI), crude de referência para os Estados Unidos, em 2009 e em 2010.
Na sua mais recente nota de “research”, o Morgan Stanley estima que o preço médio do WTI este ano será de 48 dólares por barril, contra os 35 dólares previstos anteriormente. Para 2010, sobe de 55 para 65 dólares a sua projecção e para 2011 mantém a estimativa de uma cotação média de 85 dólares por barril.
Os estrategas de “commodities” daquele banco salientam que, mesmo assim, a previsão revista para 2009 está 13% abaixo do consenso do mercado. Além disso, para o curto prazo, o Morgan Stanley mantém uma visão “bearish” para o crude norte-americano devido aos elevados inventários nos países da OCDE.
Mas apesar deste cenário “bearish” para o curto prazo – o banco estima que as cotações médias do WTI estarão abaixo dos 50 dólares por barril nos três primeiros trimestres do ano, subindo depois para 55 dólares nos últimos três meses – há dois factores que justificam a perspectiva de valorização dos preços a partir de Outubro: diminuição da oferta e melhoria do “outlook” para as matérias-primas na qualidade de classe de activos, num ambiente de maiores tensões inflacionistas.
Galp é a segunda preferida
No que diz respeito às empresas do sector, o Morgan Stanley salienta que a BG (parceira estratégica da Galp no Brasil) e a Galp Energia continuam a ser as suas “top picks”. A Galp é a segunda acção preferida do banco neste sector porque a sua história de crescimento permanece intacta. Segundo a nota de análise, a exposição da empresa liderada por Ferreira de Oliveira ao pré-sal do Brasil é um impulsionador deste título.
“As posições estratégicas de exploração e produção da Galp em bacias de crescimento (águas profundas do Brasil e Angola) e o recente ‘upgrade’ de 160% na base de recursos alicerçam um aumento de 10 vezes na produção ao longo dos próximos 10 anos. O principal risco é que haja uma significativa deterioração na área de refinaria e marketing, o que pesaria no preço das acções”, salienta o documento.
Segundo a nota de análise, o principal risco de baixa do preço-alvo de 14 euros que o Morgan Stanley fixou para a Galp prende-se com um menor progresso na exploração e produção no Brasil e com um atraso no projecto de reconversão do aparelho refinador de Sines.
Para o conjunto do sector do petróleo e gás, o banco mantém a recomendação de “equal weight” e prevê que o desempenho do sector poderá ser de retrocesso. Isto porque o Morgan Stanley está mais pessimista do que o consenso do mercado relativamente aos preços do petróleo no curto prazo e porque considera que os custos irão diminuir as margens.
Fonte Inf.- Jornal de Negócios