Uma ilha no Tejo com vista para o Barreiro, Montijo e Moita vai ser licitada, em leilão, por um preço base de um euro, aquilo que o proprietário, Ismael Duarte, apelida de «forma diferente de comercializar».
A pequena ilha do Rato tem formação arenosa dunar, vegetação rasteira e uma construção em ruínas e possibilita uma vista para o Barreiro, Montijo e Moita, disse à Lusa fonte da Câmara Municipal do Barreiro.
É uma ilha desabitada, mas «no Verão, por vezes, havia pessoas que acampavam, iam com os barcos de recreio passar o fim-de-semana», referiu o Comandante Eduardo dos Santos, do Porto de Lisboa.
O actual proprietário é Ismael Duarte, um avaliador imobiliário e consultor financeiro e de negócios, comprou a ilha ao Grupo Invictus, mas não diz quanto pagou pelos cinco hectares da ilha (outros cinco hectares são do domínio público).
«Conheci a ilha em 2001 e foi como um amor à primeira vista e passou a fazer parte da estratégia de investimentos imobiliários, como oportunidade de negócios com perspectiva de desenvolvimento de um projecto auto-sustentável», disse Ismael Duarte à Lusa.
Fonte da leiloeira na qual a ilha vai a leilão referiu que «na época do boom imobiliário, a ilha esteve à venda por 3,5 milhões de euros» e que «houve um grupo alemão que esteve interessado em comprar, esteve quase para ser negociado e por uma questão de valores» a ilha não foi vendida.
Ismael Duarte diz, por sua vez, que o motivo pelo qual este grupo alemão não comprou a ilha está relacionado com os «sinais de burocracia para se fazer algo sustentável em Portugal».
No próximo sábado, 28 de Março, a ilha vai a leilão numa leiloeira sedeada em Odivelas, numa base de licitação de um euro, aquilo que o actual proprietário considera ser uma «forma diferente de comercializar».
Paralelamente, estão a decorrer licitações na internet e o director-geral da leiloeira Oportuniy Leilões, Francisco Gallego, adiantou à Lusa que a oferta «mais elevada» que receberam foi de 105 mil euros, não podendo, contudo, revelar o nome de quem apresentou esta oferta.
Francisco Gallego disse ainda à Lusa que espera «obter o melhor valor possível» no leilão.
«Penso que um valor entre os 500 mil e um milhão de euros é muito bom, tendo em conta a época [que vivemos], ou seja, um terço mais barato do que o valor que esteve», referiu.
O director-geral da leiloeira confirmou o interesse de algumas pessoas, «entre particulares e empresas», e considera a ilha «um produto muito interessante», porque «é perto de Lisboa, o enquadramento é digno de interesse» e julga que «tem um potencial enorme para ser desenvolvido».
Para Francisco Gallego, «hoje há empresas que trabalham com energias renováveis e projectos mais ligados ao verde que poderiam pegar na ilha e desenvolver iniciativas desse género».
Ismael Duarte disse à Lusa que tem projectos «ecológicos e auto-sustentáveis» para a ilha.
Fonte da Câmara do Barreiro indicou à Lusa que «uma nova construção teria de ser analisada aquando da entrega da proposta», não havendo «conhecimento de alguma manifestação de intenções por parte do proprietário, junto da Câmara Municipal».
O novo dono da ilha do Rato, no Tejo, vai ser conhecido cerca das 22:00 de sábado, dia 28, hora em que, refere Francisco Gallego, «normalmente» os leilões da leiloeira terminam.
Fonte Inf.- Diário Digital / Lusa