MayDay Lisboa mandou "mails" em nome do Governo
"Seria bom, mas é mentira", é o título do comunicado em que o movimento MayDay Lisboa reivindica a autoria das mensagens de correio eletrónico com notícias falsas, ontem enviadas.
O movimento MayDay Lisboa reivindica a autoria das mensagens de correio eletrónico que anunciavam a abertura de novos concursos pela Secretaria de Estado da Cultura ou a integração de 569 enfermeiros na Administração Regional de Saúde do Norte.
Estas formam apenas duas das cinco mensagens que a organização do MayDay Lisboa, movimento formado para protestar contra a precariedade, alega ter enviado ontem, 1 de abril dia das mentiras, lê-se num comunicado intitulado "Seria bom, mas é mentira".
Segundo a organização, foram enviadas mais três mensagens: uma dando conta que a "Autoridade para as Condições de Trabalho irá ter poderes para regularizar os contratos dos trabalhadores a prazo ou a falsos recibos verdes", outra informando que "a PT deixará de recorrer a Empresas de Trabalho Temporário" e outra ainda noticiando a integração de "25000 professores pelo Ministério da Educação".
Sara Simões, do MayDay Lisboa disse ao Expresso que estes comunicados foram enviados por correio eletrónico para os endereços gerais dos principais jornais e rádios portugueses, bem como para a Lusa que noticiou o assunto às 17h50 de ontem, segunda-feira, 1 de abril.
"Quase 600 novos enfermeiros vão iniciar funções a 1 de maio nos cuidados de saúde primários da zona norte, anunciou hoje a Administração
Regional de Saúde", informou a Lusa.
Pelas 20h40, a agência, citando o assessor de imprensa do secretário de Estado da Cultura, alertava para um outro "e-mail com um endereço eletrónico do Governo, que dava conta de mais verbas para a cultura".
"A ideia surgiu durante uma assembleia [a 26 de março]. Pensámos aproveitar o dia das mentiras para chamar a atenção para questões fundamentais como por exemplo o emprego, os salários, mas também os cortes na área da cultura", disse Sara Simões.
Apesar de não ter participado na operação técnica de envio das mensagens, a ativista do MayDay Lisboa garente que "basta fazer uma pesquisa na net para encontrar formas criativas de enviar e-mails reais".
Mais tarde, o secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, Luís Marques Guedes, viu-se na obrigação de desmentir, também à Lusa, os dois comunicados. Ambos tinham sido enviados a partir de falsos endereços oficiais de correio eletrónico, que o governante garantiu terem sido usados indevidamente.
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