Crédito à habitação: Prestação sobe 18 euros após fim do prazo da moratória
A moratória hoje aprovada pelo Governo para os créditos à habitação das famílias com um elemento no desemprego alivia a prestação nos próximos dois anos, mas o custo mensal agrava-se em 18 euros findo este prazo, de acordo com uma simulação do Negócios.
A medida alivia os encargos financeiros das famílias no curto-prazo. Mas dentro de dois anos, estarão a pagar mais. O Negócios fez uma simulação para um empréstimo de 100 mil euros a 30 anos, indexado à Euribor a seis meses com um “spread” de 0,7%.
Durante dois anos a prestação baixa de 407,39 euros para 203,70 euros. Passado o prazo, passa a pagar os mesmos 407,39 euros ao banco (à taxa actual da Euribor), mais 17,91 euros ao Estado (à taxa actual menos 50 pontos base) até ao fim do empréstimo. O que resulta num total de 435,3 euros.
O encargo total do crédito também aumenta. Pelos 4.888 euros que deixou de pagar ao banco e tem de reembolsar ao Estado vai pagar um total de 6.017,76 euros. Mais 23% do que o inicialmente devido ao Estado.
Ao todo, o empréstimo fica 1129 euros mais caro. O custo adicional vai depender do tempo que demorar a amortizar a dívida ao estado e da evolução da Euribor.
A Associação Portuguesa para a Defesa dos Consumidores (DECO) considera que a medida aprovada hoje pelo Governo, que prevê uma redução imediata de 50 por cento na prestação da casa para famílias com um elemento desempregado há mais de um mês, "é aparentemente uma medida positiva", disse à Lusa o economista da DECO, João Fernandes. As famílias com dificuldades podem ver "o orçamento familiar ficar desafogado", acrescentou.
Fonte Inf.- Jornal de Negócios